Por Luiz Carlos Oliveira
Uma prática comum conhecida como "negociação política" ou "clientelismo". Fisiologismo é um termo usado para descrever a troca de apoio político, favores e cargos no governo para ganhos ou benefícios pessoais, em vez de aderir a princípios ideológicos ou aos melhores interesses do país.
O termo fisiologismo e sua conotação negativa cairam no esquecimento, o loteamento de ministérios, tribunais, autarquias e secretarias estaduais e municipais já é tratado pela midia como fenômeno perfeitamente natural na politica. Analistas discutem a partilha de poder e cargos públicos como movimentos em um tabuleiro de xadrez, com suas normas e os possíveis desdobramentos como se fosse uma prática trivial.
A gestão de pastas cruciais como saúde, educação, infraestrutura são entregues não a técnicos treinados e altamente capacitados ou funcionários concursados de órgãos com anos de experiencia e experitiese (raciocinando de maneira logíca seria o melhor certo?), mas sim a carreiristas (pegando emprestado o termo de Jogos Vorazes), pessoas e grupos especializados não necesariamente em administrar a complexidade de seus órgãos mas especialistas em vencer o jogo eleitoral ou amealhar um número de votos que talvez não garanta a eleição mas a negociação de empregos e cargos nas retas finais das eleições.
Outro termo que cauiu no esquecimento e deveria ser um traço bem definido nos partidos é a ideologia, um conjunto de premissas que na teoria, confere personalidade aos grupos políticos. Mudar de lado é simples, rápido e raramente tem relação com os ideais que a politica tanto proclama nas propagandas elelitorais.
No contexto da política brasileira, essa prática tem sido criticada por seu impacto negativo na governança e nas políticas públicas. Em vez de focar no planejamento de longo prazo e nas necessidades da população, os políticos engajados no fisiologismo costumam priorizar ganhos de curto prazo, buscando garantir o apoio de vários grupos de interesse ou indivíduos para manter seu poder ou avançar em suas agendas. Uma das principais consequências do fisiologismo é a formação de coalizões instáveis e fragmentadas no Congresso, onde partidos e políticos apoiam o governo em troca de diversos benefícios. Isso pode levar à falta de coerência na formulação de políticas, dificultando a implementação de reformas eficazes e abrangentes que abordem os desafios do país. Além disso, o fisiologismo pode contribuir para a corrupção, pois os políticos podem usar suas posições de poder para garantir contratos, recursos públicos e outras vantagens para si ou para seus apoiadores. Isso pode levar ao uso indevido de fundos públicos e à erosão da confiança no sistema político.
E você, acha que está tudo normal?